sábado, 7 de novembro de 2009

Indígenas anunciam confronto caso seja aprovada a hidrelétrica de Belo Monte

O aviso está em uma carta enviada a Lula por indígenas de pelo menos 15 etnias diferentes. O documento também foi encaminhado ao presidente da Funai

Aline Scarso, Radioagência NPIndígenas anunciaram que estão dispostos a entrar em confronto com os brancos, caso seja instalada as obras da hidrelétrica Belo Monte, no curso do Rio Xingu, no Pará. O aviso está na carta enviada ao presidente Lula por indígenas de pelo menos 15 etnias diferentes, que estiveram reunidos até segunda-feira (02) na comunidade Piaraçu, em Mato Grosso.O documento também foi enviado ao presidente da Funai (Fundação Nacional do Índio), Márcio Meira, que é favorável à construção da usina. As comunidades tradicionais acreditam que um possível confronto pode ocasionar mortes, mas não vêem alternativa diante do descaso do governo.Segundo eles, a hidrelétrica Belo Monte irá inundar suas terras, além de aumentar o desmatamento na região e alterar a vida do rio Xingu. As comunidades também não foram consultadas do projeto que irá para leilão ainda este ano.O caso de Belo Monte também foi apresentado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos, em Washington (EUA). A Comissão irá avaliar os impactos ambientais e os prejuízos causados às comunidades afetadas.


Brasil de Fato
MST denuncia repressão à OIT

Na última segunda-feira (02), o coordenador do MST, João Paulo Rodrigues, entregou ao diretor-geral da entidade, um documento que retrata práticas de perseguição contra trabalhadores rurais

As denúncias sobre a repressão contra agricultores sem-terra no país chegou à Organização Internacional do Trabalho (OIT). Na última segunda-feira (02), o integrante da coordenação nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) João Paulo Rodrigues entregou ao diretor-geral da entidade, Juan Somavia, um documento que retrata práticas de perseguição contra trabalhadores rurais, durante uma audiência em Genebra, na Suíça.

O documento também foi entregue à representante permanente do Brasil junto à Organização das Nações Unidas (ONU), a embaixadora Maria Nazareth Farani Azevêdo.

Em outubro, por iniciativa de parlamentares da bancada ruralista, foi instalada no Congresso uma comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) com o objetivo de investigar o repasse de recursos públicos ao MST.

Na avaliação dos sem-terras, porém, a CPMI é uma represália ao anúncio do governo federal de atualização dos índices de produtividade. Em quatro anos, essa é a terceira CPI instalada contra o MST.

“Estamos sofrendo uma perseguição política, que pretende atingir a Reforma Agrária, a organização do povo na luta por direitos e a democracia no Brasil”, declarou João Paulo.

De acordo com o documento apresentado à OIT, “se organiza esse grande quebra-cabeças que é a repressão aos movimentos sociais, em particular ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra no Brasil, voltado para a manutenção do desrespeito à Constituição Federal, ao Pacto Internacional dos Direitos Econômicos Sociais e Culturais e à manutenção da injustiça nas relações agrárias”.

A denúncia também lista vários crimes e violências cometidos contra os trabalhadores rurais no Brasil, tanto por atuação de pistoleiros como de agentes do Estado. Entre os casos citados estão o Massacre de Felisburgo, ocorrido em 2004 em Minas Gerais, que deixou cinco sem-terras mortos, e a morte de Elton Brum da Silva este ano, no Rio Grande do Sul, executado por um soldado da Brigada Militar.

O documento alerta ainda para outras práticas usadas pelo latifúndio contra o MST, que contribuem para a estigmatizar o movimento. "O meio utilizado para isso tem sido a articulação dos diversos elementos, promotores de justiça e magistrados vinculados ao latifúndio, parlamentares e agentes contratados da mídia".

A denúncia foi apresentada em parceria com dirigentes das centrais sindicais brasileiras (CUT, CTB, Força Sindical, UGT, NCST e CGTB), que entregaram uma denúncia contra procedimentos do Ministério Público do Trabalho.

Com essa iniciativa, o MST começa uma campanha internacional contra a perseguição aos movimentos sociais por setores do Poder Judiciário, do Congresso Nacional e da mídia corporativa.

Agência Brasil de Fato



terça-feira, 3 de novembro de 2009





O São Raimundo do Pará conquistou, após vencer de virada, o Macaé por 2 a 1 no estádio Colosso do Tapajós. O título do primeiro Campeonato Brasileiro da Série D da história.


Os dois gols marcados no estádio Raulino de Oliveira, no RJ, colaboraram com o título, já que o resultado agregado foi de empate e a Pantera levou o caneco por ter marcado mais gols fora de casa que o adversário.


Foram 17.582 pessoas que pagaram ingresso para assistir a partida. Os jogadores agradeceram o apoio dos torcedores, que lotaram o Colosso do Tapajós: "a torcida está de parabéns! Todo mundo teve uma parcela de colaboração!", afirmou João Pedro, lateral do São Raimundo.Foi a primeira edição da história da Série D do Campeonato Brasileiro.


Além de São Raimundo e Macaé, finalistas, Alecrim e Chapecoense também conseguiram o acesso à 3ª divisão do futebol nacional.


O JOGO


Quem tomou conta do início da partida não foi nem o Macaé nem o time da casa, e sim o nervosismo. Em desvantagem no placar, o São Raimundo partia para cima, mas não chegava com muito perigo. Já o Macaé buscava sair nos contra-ataques. Porém, não encontrava espaços na zaga do São Raimundo.


Com um primeiro tempo de poucas chances, o resultado não poderia ser outro ao intervalo. O empate de zero a zero persistia no placar.Na segunda etapa, as equipes voltaram decididas a matar o jogo. E, dando pinta de que conquistaria o título ali, o Macaé abriu o placar aos 16 minutos da etapa final. Léo Santos aproveitou bobeada da zaga e completou para o gol: Macaé 1 a 0.


O gol calou os torcedores da Pantera mas não abalou os jogadores, que chegaram ao empate onze minutos depois. Após bela triangulação, Michel empatou o jogo para o São Raimundo: 1 a 1. E a torcida mocoronga teve motivos para comemorar, pois dois minutos depois, Rafael Oliveira virou o jogo e deu o título aos paraenses: 2 a 1, placar final.


Ficha Técnica


São Raimundo 2 x 1 Macaé (agregado: 5x5 / gols fora: 2x1)


Árbitro: João Alberto Gomes Duarte (FNF-RN)

Assistentes: Luiz C. Bezerra e Isac Marcio da Silva

Público: 17.582 pagantes / Renda: R$ 277.000,00


São Raimundo-PA: Labilá; Ceará (Sidivan), Preto Marabá, Filho e João Pedro; Marcelo Pitbull, Beto, Luís Carlos Trindade (Elcio) e Michel; Rafael Oliveira (Amaral) e Déo Curuçá. Técnico: Lúcio Santarém.


Macaé: Lugão; Willian, André, Otávio e Vanderson (Jonatan); Gedeil, Anderson, Leo Santos (Tchô) e Wallacer; Bruno Luís e André Gomes (Steve). Técnico: Toninho Andrade.



terça-feira, 27 de outubro de 2009

Presos PMs envolvidos na morte de diretor do Afroreggae

Rio - O capitão da PM carioca Denis Leonard Nogueira Bizarro e o cabo Marcos de Oliveira Salles, que já cumpriam prisão administrativa, agora estão presos preventivamente por não socorrerem o coordenador do Afroreggae, Evandro João da Silva - que agonizava na calçada após ser mortalmente ferido por assaltantes - e ainda levarem uma jaqueta e um par de tênis da vítima. Os dois oficiais também são acusados de terem liberado os suspeitos pelo crime, que continuam soltos.

A prisão preventiva foi decretada pela juíza Yeda Cristina Filizzola. Evandro João da Silva foi morto na madrugada de domingo, no centro do Rio. Os policiais foram filmados na cena do crime, abordando os ladrões que foram depois liberados, e desapareceram com pertences do coordenador do Afroreggae.

Bandidos fardados


Nesta sexta-feira,(23/10), o coordenador do Afroreggae, José Jr. (foto), chamou os policiais de “marginais, criminosos fardados”, ao conceder entrevista no Quartel Central da PM carioca, ao lado do comandante, coronel Mário Sérgio Duarte.

O comandante da PM disse que se sentiu ofendido com os termos usados pelo coordenador do Afroreggae.”Não gostei. Não havia necessidade de o José Júnior ter dito bandidos fardados. Tenho isso como uma ofensa, não porque os PMS cometeram o que cometeram, mas porque declarações desse tipo acabam ofendendo toda a corporação”, reagiu.

Duarte não explicou como deveriam ser chamados os oficiais que, além da omissão do socorro, liberaram os acusados - como mostram as câmeras - e ainda levaram a jaqueta e o par de tênis da vítima. O governador Sérgio Cabral chamou os envolvidos de “bandidos ao quadrado” e determinou a exoneração do Oficial Responsável pelas Relações Públicas, que minimizou a conduta criminosa dos acusados.

Policiais ouvidos pelo Jornal Folha de S. Paulo avaliaram que há indícios de que os PMs Bizarro e Salles tinham algum tipo de combinação com os assassinos do diretor do Afroreggae.

Fonte: Afropress



Torcida na expectativa

É a hora e a vez de Santarém. O São Raimundo tem tudo para se consagrar no próximo domingo (1º de novembro), na partida de volta contra o Macaé (RJ), pelo Campeonato Brasileiro da Série D. Isso porque a Pantera pode ser a primeira equipe do interior do Estado a ser campeã de uma competição nacional. Para isso, o clube já começa a se mexer. A intenção é fazer com que o estádio Barbalhão se transforme em um verdadeiro alçapão para “engolir” o time fluminense. Os ingressos para a partida já começam a ser vendidos na próxima quinta-feira (29).

Para levantar o caneco, basta que o São Raimundo vença por um resultado simples, de 1 a 0, ou até mesmo por 2 a 1. Sendo assim, a cidade já começa a viver o clima da decisão. O jogo do final de semana é o assunto mais comentado na Pérola do Tapajós, e no caso da consagração do Mundicão, com certeza a cidade fará um Sairé fora de época.

Os jogadores tinham chegada prevista na madrugada de hoje à cidade santarena. Um grupo de torcedores ficou de recepcionar os já chamados “heróis mocorongos”. O alvinegro é a única equipe paraense a estar em atividade desde o início da temporada, disputando o Parazão e a Série D. Por isso, é notório que o São Raimundo vai resgatando não só a moral do futebol estadual, mas também o orgulho de ser paraense.

“Estamos vivendo um novo momento do futebol do Estado. A expectativa para esse título do São Raimundo é grande entre todos que vivem em Santarém, e sabemos que esse será o sentimento de todos que estão no Pará. Os dois gols fora de casa nos credenciam a brigar pela taça da competição, e é por isso que nós estamos fazendo de tudo para não deixar essa oportunidade passar”, disse o diretor Alberto Tolentino, que apesar de não admitir, o clube deve pagar R$ 50 mil de premiação no caso da conquista do título.

E a diretoria do Mundico não perdeu tempo: ontem, fechou o valor dos ingressos para a decisão. As arquibancadas descobertas custarão R$ 15,00, as arquibancadas cobertas R$ 25,00 e as arquibancadas centrais estarão no preço de R$ 35,00. Será confeccionada a carga de 15 mil bilhetes – é esperado um público total de 16 mil pessoas no Barbalhão.

Diário do Pará

terça-feira, 29 de setembro de 2009

O que o petróleo do Pré Sal tem a ver com você?

O Brasil pode fazer um novo fundo igual à soma do FAT e do FGTS, mais 20 trens-bala, mais uma Harvard tropical, mais corrigir e manter aposentadorias do INSS, e mesmo assim isso somaria apenas 14% de uma projeção rasteira dos recursos do pré-sal. Isso totalizaria, por alto, 730 bilhões de dólares. Saiba por que tanta gente quer por a mão nessa riqueza e por que há tanta agitação, no Congresso Nacional, sobre esse assunto. O artigo é de Castagna Maia.


I. Abaixo do fundo do mar, a cerca de 2 km de profundidade, há uma camada chamada “pós-sal”; abaixo dela, há a chamada “camada de sal”; e abaixo dessa camada há a “camada pré-sal”. Ou seja, há o mar, com cerca de 2 km de profundidade; e após isso, cerca de 5 km abaixo, há a camada pré-sal. A Petrobrás encontrou, há cerca de dois anos, reservas gigantescas de petróleo nessa camada pré-sal.

II. Há uma possibilidade de o pré-sal ter 300 bilhões de barris de petróleo. Façamos uma conta por UM TERÇO disso, 100 bilhões de barris. O custo de produção, hoje, no mundo, é de cerca de 8 dólares por barril. Como a tecnologia necessária para explorar o pré-sal é maior, façamos a conta a 20 dólares o barril para extração. Com a cotação do barril a 70 dólares, hoje, é possível ter um “lucro” de 50 dólares sobre o barril.

Se multiplicarmos esses 50 dólares de “lucro” por 100 bilhões de barris, teremos 5 trilhões de dólares. Essa é a riqueza já pesquisada e descoberta pela Petrobrás, calculada pela hipótese mais pessimista possível.

III. É uma riqueza realizável no tempo, durante, por exemplo, 20 anos, e levaremos 6 ou 7 anos para atingir uma boa produção. Divididos esses 5 trilhões de dólares por 20 anos, dá 250 bilhões de dólares ao ano. O que são 5 trilhões de dólares? O que dá para fazer com isso?

O orçamento do trem-bala Rio-São Paulo é de 15 bilhões de dólares. Com 300 bilhões de dólares podemos fazer 20 trens-bala, ligando de Porto Alegre a Belém, passando por São Luís, Teresina, Fortaleza, Maceió, Aracaju, Cuiabá, Campo Grande e por aí afora. Isso permitiria o transporte barato de pessoas e da produção, integrar regiões a um preço baixo, economizar na manutenção de estradas e ter um transporte mais seguro, mais confortável e mais limpo. Imagine o que seria isso na integração econômica do Brasil. Esses 300 bilhões de dólares seriam 6% da riqueza do pré-sal, na pior hipótese que é de “apenas” 100 bilhões de barris.

O orçamento anual da Universidade de Harvard é de 3 bilhões de dólares. Com 60 bilhões de dólares podemos sustentar uma universidade do mesmo nível de Harvard durante 20 anos. Podemos colocar na nossa Harvard Tropical os 5 primeiros colocados nas melhores universidades do País, sem que paguem nada. Fariam graduação, mestrado, doutorado. E voltariam para suas universidades para disseminar o conhecimento. Ali está o futuro da tecnologia brasileira. Nossa conta já foi, aqui, a 360 bilhões de dólares.

IV. O INSS paga anualmente o equivalente a 90 bilhões de dólares em benefícios. Com o equivalente a mais de dois anos de pagamento de benefícios, 180 bilhões de dólares, é possível CORRIGIR E MANTER as aposentadorias do INSS. É possível resgatar os valores das aposentadorias e pensões, e resgatar a dignidade dos aposentados. Somando 20 trens-bala, a “Harvard Tropical”, o resgate dos aposentados e pensionistas, teríamos 560 bilhões de dólares. Os três projetos que mencionamos até agora envolveriam a APENAS ONZE POR CENTO DA RIQUEZA DO PRÉ-SAL calculada por baixo.

Praticamente todo o financiamento brasileiro da indústria, habitação, saneamento, renovação do parque industrial, incorporação de novas tecnologias é feito com recursos do FAT, via BNDES. O FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador, que também paga o seguro-desemprego, tem um patrimônio próximo a 80 bilhões de dólares. O FGTS acumulou, até hoje, cerca de 90 bilhões de dólares. Esses dois fundos totalizam, portanto, 170 bilhões de dólares.

V. O Brasil pode fazer um novo fundo igual À SOMA DO FAT E DO FGTS, mais os 20 trens-bala, mais nossa Harvard tropical, mais corrigir e manter aposentadorias do INSS, e mesmo assim isso somaria APENAS 14% de uma projeção rasteira dos recursos do pré-sal. Isso totalizaria, por alto, 730 bilhões de dólares.

VI. O orçamento federal da Educação é de 17 bilhões de reais, ou 9 bilhões de dólares. Esses recursos podem ser TRIPLICADOS: os 9 existentes mais 18 bilhões de dólares. Com esse acréscimo de 18 bilhões de dólares ao orçamento já existente, em 20 anos seriam gastos 360 bilhões de dólares. Isso permitiria, finalmente, a ESCOLA PÚBLICA EM TEMPO INTEGRAL, com alimentação, médico, dentista, biblioteca, computadores, atletismo, esporte, cultura. A conta, aqui, chegou a 1,09 trilhão de dólares.

VII. O orçamento da saúde, que sustenta o SUS, é de 43 bilhões de reais, ou 22 bilhões de dólares. Se DUPLICARMOS o orçamento do SUS, teremos que adicionar mais 22 bilhões ao ano, ou 440 bilhões de dólares em 20 anos. Isso é 8% do total do petróleo da camada pré-sal segundo a conta mais pessimista. Aqui, a conta sobe para 1,530 trilhão de dólares, ou 28% do total do pré-sal.

VIII. Para fins meramente comparativos, veja: a dívida interna brasileira está em 1 trilhão de reais, ou 500 bilhões de dólares. Somado isso aos projetos anteriores, seriam gastos 2,03 trilhões de dólares. E estamos falando na conta mais pessimista, de 5 trilhões de dólares de reservas.

Mas veja as premissas:


a. Falamos do preço do barril a 70 dólares, hoje, e deve subir, novamente, a 100 dólares o barril.

b. Calculamos sobre reservas de 100 bilhões de barris, mas podem chegar a 300 bilhões de barris.

c. Falamos de um custo de extração quase 3 vezes maior do que o atual: atualmente, 8 dólares o barril. Aqui, apontamos 20 dólares porque se trata do pré-sal, onde a dificuldade é maior. 70 dólares o barril menos 20 de custo de extração dá 50 dólares de lucro líquido por barril. Multiplicando por 100 bilhões de barris, dá 5 trilhões de dólares. Se o custo de extração for maior, de 30 dólares o barril, o total de “lucro líquido” chega a 4 trilhões de dólares.

O valor do pré-sal foi calculado, aqui, prevendo algo muito menor do que as expectativas técnicas.

IX. Quanto aos projetos, temos, em dólares:

1. 300 bilhões para 20 trens-bala interligando de Porto Alegre a Belém, o que barateira a locomoção de pessoas e o transporte de mercadorias e integraria definitivamente o Brasil.

2. 60 bilhões de dólares para construir e manter, durante 20 anos, uma universidade no padrão Harvard, que abrigaria os melhores alunos das nossas universidades, gratuitamente, e daria continuidade à nossa busca por tecnologia própria.

3. 200 bilhões de dólares para corrigir e manter as aposentadorias do INSS, igual a mais de dois anos do total de benefícios atuais.

4. 170 bilhões de dólares para fazer um novo fundo de desenvolvimento, igual à soma do FAT e do FGTS.

5. 360 bilhões de dólares que triplicam o orçamento federal da Educação nos próximos 20 anos, e que permitiriam escola de tempo integral para todos, com alimentação, saúde, atletismo, esporte, informática.

6. 440 bilhões de reis para DOBRAR o orçamento federal em saúde durante 20 anos.

7. 500 bilhões de dólares como mero comparativo do que seria necessário para liquidar a dívida interna brasileira.

Isso tudo dá um total de 2,03 trilhões de dólares, ou 40% do que temos no pré-sal de acordo com os cálculos absolutamente pessimistas que fizemos.

Só que o pré-sal pode ter 300 bilhões de barris; o petróleo pode ir rapidamente a 100 dólares, e o custo de extração permaneceria em 20 dólares, o que daria um “lucro líquido” de 80 dólares o barril. Nessa hipótese, teríamos 300 bilhões de barris multiplicados por 80 dólares de “lucro líquido”, o que daria 24 trilhões de dólares. Essa é a hipótese otimista.

X. E o que o Brasil precisa para “ganhar” 5 trilhões de dólares, ou seja, o “lucro” do pré-sal após extraído? Só precisamos extrair, com a tecnologia já detida pela Petrobras. A Constituição Federal já disse que o petróleo pertence à União, pertence ao povo brasileiro. Uma parte já foi vendida – por causa da terrível “flexibilização do monopólio do petróleo”, por meio dos absurdos leilões de bacias petrolíferas. Mas há, no mínimo, 5 TRILHÕES de dólares líquidos esperando pelo Brasil.

É claro que a conta pode ser feita com outros destinatários: as grandes petrolíferas multinacionais fazem essa conta tendo em vista o seu lucro; alguns, tendo em vista financiamentos de campanhas políticas; outros, o enriquecimento pessoal. Aqui fizemos uma conta levando em consideração os interesses do BRASIL E DO SEU POVO. Apontamos projetos que podem mudar radicalmente o Brasil, que nos colocam no grupo dos países desenvolvidos. Ou se pensa no Brasil e no seu povo, ou se pensa em como apropriar essas riquezas para poucos grupos internacionais, para financiar campanhas políticas, para o enriquecimento de alguns.

XI. O petróleo do pré-sal interessa diretamente a você. Se você é trabalhador, porque haverá geração de mais empregos e consequente aumento de salários. Só o convênio PROMINP – Petrobrás Indústria garante, desde já, 250.000 empregos diretos e 500.000 empregos indiretos. Isso de imediato. Se você é aposentado, porque uma pequena parte desses recursos já garantiria a correção e manutenção das aposentadorias, além da viabililidade permanente da previdência social e a significativa melhora da saúde pública. Se você é empresário, porque é possível constituir um fundo igual à SOMA do FAT e do FGTS para financiar investimentos, ganhos tecnológicos, ampliações, consumo, distribuição, transporte, habitação, exportação, além de baratear o transporte dos produtos.

XII. É preciso garantir o nosso próprio abastecimento, em primeiro lugar, durante todo esse período, até que possamos ultrapassar nossa dependência do petróleo e criar nova matriz energética. Garantido nosso abastecimento, é preciso reverter essa riqueza para o povo brasileiro. Essa riqueza é sua, dos seus filhos, dos seus netos, é o legado que uma geração deixará para as gerações seguintes: a de um futuro promissor, farto, humano, fraterno, do Brasil e do seu povo. É o nosso ingresso no grupo dos países desenvolvidos.

Castagna Maia

Uma CPI para frear a luta popular

Para senador, Comissão Parlamentar de Inquérito contra o MST é ideológica

Para senador, Comissão Parlamentar de Inquérito contra o MST é ideológica

“O problema fundiário brasileiro não é um problema de contas, do MST ou das entidades ruralistas. Até porque estes receberam nos últimos dez anos R$ 1 bilhão, enquanto as entidades ligadas aos trabalhadores receberam 41 milhões. Não se trata disso. Se trata da raiz do problema: de entender o problema da concentração de terras, da grilagem”. Isso foi proferido em dezembro de 2005 pelo ex-relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra (2003-2005) e atual vereador de Fortaleza (CE), João Alfredo Telles (Psol).

Agora, diante de uma outra tentativa de instauração de CPI contra o MST, as coisas não mudaram muito. “Há uma intenção muito clara de criminalizar esse movimento; não conseguiram na outra vez”, afirma João Alfredo, se referindo à CPMI da Terra. Para ele, a bancada ruralista tenta, mais uma vez, destruir a referência de luta social que o movimento tem no Brasil e no mundo e a própria necessidade da reforma agrária.

Planejada pela bancada ruralista, e fruto de lobby e monopólios de comunicação, com participação direta da revista Veja, a criação da CPMI contra o MST obteve o apoio de 226 parlamentares. Trata-se da terceira CPMI instalada no Congresso Nacional contra o movimento nos últimos cinco anos. No entanto, para que a comissão seja instalada, é preciso ainda que o presidente do Congresso, senador José Sarney (PMDB-AP), leia o requerimento em plenário para que os partidos indiquem seus representantes.

Desmobilizar

A tentativa da direita ruralista de criminalizar a luta social tem efeitos muitos práticos, não fica somente no simbolismo. “O próprio governo fica acuado e as entidades passam a gastar mais tempo com a defesa jurídica”, explica João Alfredo. Segundo ele, “perde-se o tempo que poderia estar sendo utilizado com o objetivo principal dos trabalhadores, que é a luta pela justiça social no campo”. Desmobilizar a luta social por meio de um procedimento investigativo no Congresso Nacional é um dos objetivos principais dos ruralistas.

De acordo com o senador José Nery (Psol/PA), “os setores conservadores não querem que haja o protagonismo popular”. “Eles querem criar dificuldades para os movimentos sociais que desenvolvem um novo modelo para o país; há uma perseguição e uma tentativa de impedir a participação popular”, explica o senador.

Nery vê semelhanças com a tentativa da direita investigar a Petrobras porque “é uma forma da direita questionar o governo em relação aos custos corretos que ajudem o desenvolvimento local e participação popular, com ONGs que permitem a inclusão social”. Ele conclui que o governo precisa fortalecer “os movimentos que pode alcançar”. Segundo o senador, a direita prefere que “instituições carcomidas pela corrupção” sejam gestoras do dinheiro público.

Índice

Segundo o próprio MST, a tentativa da direita ruralista de instaurar uma CPI é uma resposta ao possível cumprimento por parte do governo federal da Constituição Federal de 1988 e da Lei Agrária, de fevereiro de 1993, segundo a qual "os parâmetros, índices e indicadores que informam o conceito de produtividade serão ajustados, periodicamente, de modo a levar em conta o progresso científico e tecnológico da agricultura e o desenvolvimento regional".

O “índice de produtividade” é, de acordo com João Alfredo, o argumento prático utilizado pelos latifundiários “para tentar acuar Lula e fortalecer o ministro da Agricultura, Reinold Stephanes”.

Pau-oco

A senadora Kátia Abreu (DEM/TO) vem destacando na imprensa corporativa que uma das primeiras investigações da CPI será em cima do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de São Paulo. Para Plínio Arruda Sampaio, presidente da Associação Brasileira de Reforma Agrária (Abra), isso não ocorre à toa, pois, segundo ele, é o Incra do Estado de São Paulo que mais tem assumido a reforma agrária no país. “É a única superintendência que está tentando de fato”, conclui.

Sobre a senadora, João Alfredo é categórico: “Qual é a autoridade moral que ela tem? Ela instrumentalizou a CNA”. De fato, existem fortes indícios de que a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do Brasil tenha servido como “caixa-dois” na campanha de Kátia Abreu ao Senado, em 2006.

“Para cima”

Com a experiência que teve na CPMI da Terra, João Alfredo acredita que uma possível CPMI contra o MST pode se transformar em duas CPIs, uma dos ruralistas e outra da reforma agrária. Monta-se um ringue político-ideológico. “Se sair a CPI, os lutadores da reforma agrária têm que ir para cima”, conclui João Alfredo. O senador João Nery afirma que existe a possibilidade dessa mesma CPMI investigar as ONGs ligadas à CNA e conta que já consultou outros parlamentares sobre o tema.

Brasil de fato